As conversas sobre um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza serão retomadas neste final de semana, em Doha, no Catar. As próximas reuniões são encaradas como uma última oportunidade para que os reféns sequestrados pelo Hamas sejam libertados e para um desfecho da guerra no enclave, que acontece desde outubro de 2023.
Recentemente, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitou a cidade de Tel Aviv, em Israel, e disse que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aceitou os termos para uma trégua em Gaza. Blinken também pediu para que o Hamas concorde com a proposta de paz feita Casa Branca.
Entretanto, horas mais tarde, o premiê israelense declarou que o Exército não deixaria o Corredor Filadélfia, uma faixa de terra que separa a Faixa de Gaza do Egito. Segundo negociadores, a retirada das tropas da região era parte de acordo. O conteúdo total da proposta não foi divulgado.
Interesse dos Estados Unidos
Os Estados Unidos demonstram interesse em um acordo de paz na região, já que uma possível trégua poderia significar uma importante vitória política para o presidente americano, Joe Biden, e ao Partido Democrata meses antes das eleições presidenciais do país.
Além disso, um acordo entre Hamas e Israel resolveria uma série de outras questões geopolíticas no Oriente Médio.
Uma trégua pode diminuir a tensão com o grupo extremista Hezbollah e com o Irã, que prometeu vingança após a morte de um braço político do Hamas em um suposto ataque de Israel, em Teerã. O governo de Benjamin Netanyahu não assumiu a autoria do bombardeio.
As autoridades de Gaza confirmaram outras 22 mortes nas últimas 24 horas, além de um ataque contra uma escola que era utilizada como abrigo. Mais de 40 mil pessoas morreram desde o início do conflito.
Alexandre Mansano (sob supervisão de João Vieira)