Um dia depois de “Ainda Estou Aqui” receber três indicações ao Oscar, o Cartório da Sé, no Centro de São Paulo, emite uma nova certidão de óbito do ex-deputado Rubens Paiva. A mudança atende a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça, de 13 de dezembro do ano passado.
No documento, consta a informação de que o engenheiro teve morte violenta provocada pelo Estado, no contexto da perseguição promovida pelo regime ditatorial. A versão anterior de 1996 só considerava Rubens Paiva desaparecido desde 1971.
A morte do ex-deputado é tratada no filme “Ainda Estou Aqui”, com três indicações ao Oscar. O processo que apura o caso tramita no Supremo Tribunal Federal, que precisa decidir se a ação penal contra os acusados pode ou não prosseguir.
Um grupo de militares foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e quadrilha armada. O processo chegou ao STF em 2021, a partir de um recurso do MPF contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça que suspendeu o andamento da ação penal. Isso se deu após a defesa dos militares recorrer, pedindo a aplicação da Lei da Anistia.