O julgamento de Paulo Cupertino, acusado das mortes do ator Rafael Miguel e de seus pais, foi cancelado na noite de quinta-feira (10), no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, após o réu demitir seu advogado, Alexander Neves Lopes.
O processo tinha se iniciado hoje, com a previsão de que 15 testemunhas fossem ouvidas antes da fase de debates, onde tanto o Ministério Público quanto a defesa teriam 2 horas e meia para apresentar seus argumentos. Se necessário, a réplica e a tréplica contariam com 1 hora e meia cada. Após essa fase, o conselho de sentença se reuniria em uma sala secreta para deliberar sobre o futuro de Cupertino e de dois amigos que supostamente o ajudaram na fuga.
Durante a audiência, Vanessa Tibcherani, ex-mulher de Cupertino e mãe de Isabela, namorada de Rafael Miguel, foi a primeira testemunha de acusação a depor. Em seu relato, que durou aproximadamente uma hora e meia, Vanessa descreveu Cupertino como um “mitomaníaco”, um mentiroso compulsivo que se recusa a assumir a responsabilidade pelos crimes. Embora ela e Isabela tenham solicitado que seus depoimentos ocorressem por videoconferência, Cupertino estava presente no plenário, sob escolta policial. O réu, que havia pedido para não ser apresentado com a roupa de presidiário, compareceu vestido com uma camisa azul clara e calça jeans.
Após o depoimento de Vanessa, o julgamento fez uma pausa de 20 minutos para descanso dos jurados. Ao reiniciar, Cupertino foi algemado, tendo iniciado o júri sem as algemas. Isabela prestou seu depoimento na ausência do pai, conforme solicitado, e ressaltou o comportamento possessivo e agressivo dele em relação às suas relações pessoais.
A Dr. Ivalda Aleixo, do DHPP, informou que Cupertino continua a negar sua participação nos crimes, prometendo que revelaria o verdadeiro autor em momento oportuno. Além dele, dois outros suspeitos estão sendo julgados: um teria ajudado na fuga e o outro contribuído financeiramente.
Maria Goretti, tia de Rafael Miguel, foi a terceira testemunha a depor. Paulo Cupertino, que passou anos foragido antes de ser preso em 2022, enfrenta a acusação de triplo homicídio qualificado, com uma possível condenação de até 90 anos de prisão. O julgamento, que deveria ser concluído na sexta-feira, 11 de outubro, será reprogramado em decorrência da suspensão.
