Israel se distancia da ONU cada vez mais: depois de declarar “persona non grata” o seu secretário-geral, o português António Guterres, nesta segunda-feira decidiu banir a UNRWA, a agência de ajuda aos refugiados palestinos, dos territórios ocupados da Cisjordânia e de Gaza.
A UNRWA atende a milhões de palestinos, dando-lhes comida, educação e outros serviços. Alguns de seus funcionários aderiram ao Hamas, ou por ele foram infiltrados, e participaram até do massacre de 7/10 em Israel. Aí a origem das duas leis aprovadas pelo parlamento israelense nesta segunda-feira, provocando a crítica de aliados como os Estados Unidos, Inglaterra e França.
Dos 120 deputados, 92 votaram a favor e 10, contra. O bloco trabalhista não estava presente à sessão. O assessor de imprensa da UNRWA, Adnan Abu Hasna, reagiu alertando que a decisão de Israel vai significar o colapso do processo humanitário como um todo. Ele descreveu a decisão como uma escalada “sem precedentes” ao falar à TV Al Jazeera.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu escreveu na plataforma X que funcionários da UNRWA “envolveram-se em atividades terroristas” contra Israel “e é preciso que sejam responsabilizados”. Ele se colocou à disposição para trabalhar com parceiros internacionais para manter a ajuda humanitária aos palestinos. As duas leis entrarão em vigor em 90 dias.
Para o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, a proibição de trabalhar em Israel “é um precedente perigoso”, e prosseguiu: “Essa é a mais recente campanha em andamento para desacreditar a UNRWA e deslegitimar seu papel no fornecimento de assistência e serviços de desenvolvimento humano para os refugiados da Palestina”. Quem vai sofrer mais, segundo ele, serão os palestinos. Cerca de 650 crianças ficaram fora de escolas na Cisjordânia, que não é reconhecido como território israelense, ocupado desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
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O dia favorito para muitos nova-iorquinos foi antecipado pela New Yorker na capa desta semana: o próximo domingo, 3/11, o dia da maratona que vai reunir 50 mil pessoas de todo o mundo para correr pelos cinco distritos da cidade. “Eu queria capturar o espírito coletivo de todos os corredores, cujos movimentos muitas vezes se misturam ao ambiente natural”, disse o autor da capa, o artista italiano Lorenzo Mattotti.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da BandNews TV*