Os suspeitos de envolvimento na venda de 800 toneladas de carne estragada do Rio Grande do Sul podem responder por crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos. Os produtos ficaram pelo menos 30 dias debaixo d’água durante as enchentes do ano passado.
A empresa de Porto Alegre foi autorizada a vender carne vencida para companhias que reaproveitam o material para a fabricação de ração e material orgânico. Um desses compradores foi um frigorífico de Três Rios, no interior do Rio de Janeiro. Mas essa empresa adquiriu 800 toneladas de carne podre, usou produtos químicos para disfarçar a aparência de estragada e revendeu para consumo humano.
A “Tem Di Tudo Salvados” alegou aos produtores gaúchos que a mercadoria seria transformada em ração animal ou graxa. Segundo a polícia, as peças foram, no entanto, postas à venda em açougues e supermercados de vários estados.
O grupo vendeu a carne para outras empresas, obtendo um lucro de mais de mil por cento. O escândalo foi descoberto após uma das empresas que comprou a carne revendida pela “Tem Di Tudo Salvados” repassar parte do lote para um frigorífico gaúcho.
A empresa de Porto Alegre reconheceu o produto e denunciou o caso à polícia. Ao todo, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos ontem e quatro pessoas acabaram presas em flagrante. Na lista está um dos sócios da empresa do Rio; em um dos endereços, os policiais encontraram produtos estragados.